RESUMO
A sífilis congênita vem apresentando altas taxas de detecção em todo o país, sendo considerada, portanto, um grave problema de saúde pública. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi descrever o perfil epidemiológico dos casos de sífilis congênita da 10a Região de Saúde do Rio Grande do Sul do ano de 2015. Trata-se de um estudo quantitativo, transversal e descritivo através das variáveis disponíveis nas fichas de notificação do Sistema de Informação. Os dados coletados foram organizados em uma planilha eletrônica, sendo, posteriormente, descritos. Foram identificados 752 casos confirmados e 229 notificações de sífilis em gestante relacionadas com os casos de sífilis congênita. A incidência de sífilis congênita no ano de 2015 na região 10 (23,1/1000 nascidos vivos) foi superior a todas as outras regiões do Estado, inclusive à taxa estadual (11,2/1000 nascidos vivos). Os casos confirmados em sua maioria foram provenientes dos municípios mais populosos, sendo a quase totalidade crianças assintomáticas, nascidas vivas, apresentando falhas de informação no seguimento. A média de idade das mães foi de 25,42 anos (DP ± 6,6), raça/cor branca, baixa escolaridade (< 8 anos de estudo), acesso ao pré-natal e ausência de tratamento do parceiro. A incidência da sífilis congênita na região sugere falhas na implementação de políticas públicas voltadas para a prevenção, dentre elas, a assistência pré-natal e fatores de vulnerabilidade que necessitam de uma rede de assistência articulada. A falta de informações em algumas variáveis mostrou a necessidade constante de qualificação no intuito de conhecer a real situação do agravo na localidade.
Congenital syphilis has been showing high rates of detection throughout the country, and is therefore considered a serious public health problem. Therefore, the objective of this study was to describe the epidemiological profile of congenital syphilis cases of the 10th Health Region of Rio Grande do Sul in the year 2015. This is a quantitative, cross-sectional and descriptive study using the variables available in the notification of the Information System. The data collected were organized in a spreadsheet and later described. A total of 752 confirmed cases and 229 reports of syphilis in pregnant women related to cases of congenital syphilis were identified. The incidence of congenital syphilis in region 10 (23.1/1000 live births) in 2015 was higher than all other regions of the state, including the state rate (11.2/1000 live births). Most confirmed cases came the most populous municipalities, and almost all children were asymptomatic, born alive, presenting information failures at follow-up. The mean age of the mothers was 25.42 years (SD ± 6.6), white race/color, low schooling (<8 years of schooling), access to prenatal care and absence of partner treatment. The incidence of congenital syphilis in the region suggests failures in the implementation of Public Policies aimed at its prevention, among them prenatal care and vulnerability factors that require an articulated care network. The lack of information on some variables showed the constant need for qualification in order to know the real situation of the disease in the locality.